quinta-feira, 9 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: Se um homem diz: “Eu quero ser convertido, mas não sei como conseguir isto”, como você o aconselharia?

Deveria ir ao livro de Atos 3.19: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos” eu deveria insistir com ele, em verdadeiro arrependimento, a voltar-se ao Salvador. Deveria ler também para ele em Atos 16.31: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo”. Um pecador arrependido, que verdadeiramente crê em Jesus e confia Nele para salvação, é convertido. Ele tornou dos pecados para o Senhor.

Nosso segundo diálogo terminou. Agora é minha vez de perguntar algo e quero que cada um aqui responda com honestidade, como na presença de Deus.

VOCÊ É CONVERTIDO?

Meu ardente desejo é que você busque ter um encontro pessoal com o Salvador. Reconheça sua culpa. Não venha com desculpas. Não deixe nada para trás. Depois ponha toda sua confiança Nele. Ele o salvará e o abençoará. E então você estará apto a dizer: “Graças a Deus eu sou convertido”.

Harold P. Barker

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: Porque vemos tão poucas conversões hoje em dia, comparado com o que lemos dos tempos passados?

Pode ser que haja mais de uma causa. Talvez seja devido, não em pequena proporção, ao fato de que em muitos lugares a conversão não é mais olhada como uma necessidade. Sermões são proferidos sem mencionar isto de modo algum. Pessoas são exortadas a “seguir a Cristo” e a “andar em Seus passos” sem dizer-lhes que para isto seja necessário antes se converter.

Sem dúvida, uma outra causa pode ser a lamentável frieza e indiferença que existe entre nós, Cristãos evangélicos, que cremos na necessidade da conversão.

Quando Davi se afasta do Senhor, ele cessa de ter qualquer influência para o bem de outros. No Salmo 51, o vemos se penitenciando. Escute suas palavras: “Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão”. Enquanto o coração de Davi estava frio havia uma carência de conversões. A restauração de seu gozo iria ser o meio de bênção para outros além dele. Pecadores se converteriam. Irmãos, nós não teríamos de ficar lamentando sobre as poucas conversões se somente nossos corações fossem mais aquecidos e mais responsivos ao grande amor de Deus.

Harold P. Barker

terça-feira, 7 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: A conversão é sempre acompanhada de uma profunda tristeza pelo pecado?

Eu duvido muito de qualquer conversão em que não tenha havido, ainda que um pouco, julgamento próprio e tristeza pelo pecado. Não é uma coisa agradável ver uma pessoa “receber a palavra com gozo”, como fizeram aqueles que lemos em Lucas 8.13. A próxima coisa que ouvimos deles é que “não tinham raiz” e só creram por um tempo e logo caíram. Tenho visto pessoas professarem conversão e imediatamente cair de joelhos e orar por seus amigos, pelos pregadores do evangelho, pelos soldados em guerra, por aqueles expostos aos perigos do mar, pelos Judeus e não sei por quem mais. Parece que não têm nenhum senso da seriedade de seus próprios pecados, os quais necessitaram de tal sacrifício como o de Cristo para fazer expiação por eles. Não há profundo exercício de suas consciências, nenhuma angústia pela dureza de seus corações. De minha parte eu gosto de ver lágrimas de constrição nas faces de um pecador arrependido e ouvir os gritos de um coração partido como o do filho pródigo quando volta ao seu Pai. Penso eu que Deus os valoriza também.

Deus ama ouvir o choro contrito
Ele ama ver o olho lacrimejante
Ler os sinais de um profundo sentimento espiritual

Mas é verdade dizer que “águas calmas correm profundamente”. Com freqüência aqueles que sentem mais são os mais lentos em expressar seus sentimentos. Mas é esperado que haja alguma indicação de um estado de alma quebrado e constrito e um entendimento da seriedade e terror do pecado.

Harold P. Barker

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: Pode cada convertido dizer com certeza qual a data exata de sua conversão?

Muitos podem. Podem apontar certo dia no calendário e dizer “este é o dia do meu aniversário espiritual”. Mas nem todos podem fazer isto e eu não acho que deveria ficar preocupado por isso. Se você tem certeza que é convertido, que você saiu das sombras para a luz da graça e liberdade, já é o suficiente. Não há necessidade de ficar ansioso por que não pode dizer o exato momento de sua conversão.

Harold P. Barker

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: Quais são as marcas de uma pessoa convertida?

Há quatro marcas que são mais notáveis nos convertidos de Tessalônica. Você encontrará em I Tessalonicenses 1.9,10.

  1. Eles se tornaram para Deus. Esta é a primeira marca de uma pessoa convertida. Ao invés de temer Deus, ele está em paz com Deus; ao invés de se esconder dEle, ele diz: “Tu és meu refúgio”; ao invés de considerar Deus um duro patrão ou severo juiz, ele O conhece como seu amável Pai.

  2. Eles se tornaram dos ídolos. Outros dentre nós, além dos ateus que adoram madeira e pedra, têm ídolos. Qualquer coisa que é permitida e usurpa o lugar de Deus na alma é um ídolo; qualquer coisa de si próprio que se coloque como esperança de bênção futura é um ídolo. Está você esperando um favor de Deus por causa de seu viver moral, suas orações ou seus votos? Então estas coisas são seus ídolos. Eles permanecem entre você e as bênçãos de Deus. Uma marca de uma pessoa convertida é que atirou ao vento tudo o que foi previamente base para suas esperanças – seus próprios esforços e resoluções, tudo aquilo que ficava entre ele e Deus.

  3. Eles estavam servindo agora ao Deus vivo e verdadeiro. Um homem não convertido serve a si mesmo e a Satanás; um homem convertido busca servir a Deus em todos os detalhes de sua vida. Tudo sobre seu controle se torna convertido assim como ele é convertido. Se ele é um vendedor de tecidos ele é cuidadoso em vender um metro de cem centímetros, se é um leiteiro, se certifica que seu leite é leite e não leite e água. Tudo sobre ele dá testemunho de que ele agora é servo de Deus.

  4. Eles estavam esperando pelo Filho de Deus dos céus. Popularidade, fama, sucesso, riqueza, não são objetos de ambição de um homem realmente convertido. Ele conhece Jesus como seu Libertador do juízo vindouro e suas esperanças estão postas no mundo no qual o Filho de Deus é o Centro de tudo. Ele busca por Ele e seu mais querido desejo é ser gratificado quando se encontrar em Sua presença para sempre. Oh, que estas quatro marcas possam ser mais visíveis em cada um de nós!
Harold P. Barker

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: A conversão é tudo o que é preciso para alguém se tornar um cristão?

Se fosse, não haveria necessidade de Jesus vir dos céus até aqui e morrer na cruz. Aquele poderoso trabalho era necessário antes que qualquer um viesse a se tornar cristão. Mas talvez algum amigo esteja se baseando em uma noção muito comum em alguns lugares de que ninguém pode se tornar um cristão até que, ao final de sua jornada de vida, se prepare para passar da terra para o céu. Faça a pergunta a alguém que creia deste modo se ele é um cristão e a resposta será “estou tentando ser um”.

Mas, mesmo a maior tentativa nunca transformou alguém em um cristão. Um homem não se torna um soldado por tentar se comportar como um, mas se alistando. No momento em que se alista é um soldado tanto quanto o é o comandante chefe. Ambos são soldados do exército, embora aquele possa nunca ter posto os pés num campo de batalha, enquanto o veterano lutou centenas de batalhas.

Harold P. Barker

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: Se alguma pessoa convertida cai em pecado, necessita se converter outra vez?

Esta é uma questão levantada, de uma ou outra forma, por milhares de pessoas. Eu me aventuro dizer, entretanto, que a questão não deveria existir se entendêssemos que quando um pecador se converte ele também é justificado de todas as coisas, se torna um filho de Deus e pelo dom do Espírito é feito membro do corpo de Cristo. Se tudo isto precisa ser repetido toda vez que um crente cai em pecado, então tem de ser repetido vinte vezes ao dia em muitos casos! Mas uma passagem da Escritura acabará com tal noção. Lemos, “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente” (Eclesiastes 3.14). Quando uma alma é salva, é Deus que a salva e é “eternamente”. Quando um pecador é justificado pela fé em Cristo, “é Deus quem o justifica” e “durará eternamente”.

Nenhum pai terreno pode desfazer a relação que existe entre ele mesmo e seu filho. Assim é com a relação celestial e eterna formada entre Deus e a alma crente. Se um de Seus filhos cai em pecado, Ele pode castigá-lo e sujeitá-lo a várias formas de disciplina; mas desonrá-lo? Nunca! O tal tem que ser restaurado à comunhão e ao caminho certo, mas ele não pode se converter novamente em filho.

Ao dizer isto não posso me esquecer de Lucas 22.32. Pedro era um homem verdadeiramente convertido desde a memorável cena quando se considerou um homem pecador, ainda agarrado aos pés do Salvador, se não ainda antes. O Senhor, no entanto, diz que tinha orado por ele e antes mesmo de sua queda cuida de sua restauração. “Quanto te converteres,” Ele diz “confirma teus irmãos.” Seria mais bem traduzido “Quando te restaurares”, pois isto se refere não à conversão de um pecador infiel, mas a restauração de um santo que caiu.

Deixe-me dar uma ilustração que emprestei de um amigo. Um homem alista-se como soldado. Depois de um tempo se cansa da vida de soldado e, aproveitando uma oportunidade, ele foge. Agora ele é um desertor e vive em constante medo de ser detido. Depois de um tempo ele resolve voltar ao exército. Seu regimento foi enviado ao front e gostaria de se reunir a ele. Como ele vai conseguir chegar ao seu posto novamente? Ele não pode se realistar como se nunca tivesse vestido o uniforme do exército; não como um recruta, mas como um desertor, deve retornar. Seu curso correto é se apresentar ao seu superior e submeter-se a qualquer penalidade que possa vir a receber.

Assim é com o filho errante de Deus. Ele é um desertor e não pode se alistar como um recruta. Como um errante ele deve retornar, não para buscar absolvição do juiz, mas perdão de um Pai. Lembremos sempre que a graça restauradora de Deus é tão grande quanto Sua graça salvadora. Se um pecador culpado é bem-vindo, assim um filho errante será; mas é como um filho que ele deve voltar, precisando não de conversão, mas restauração, e certamente obterá por intermédio da advocacia de Cristo.

Harold P. Barker

terça-feira, 31 de julho de 2007

2. CONVERSÃO: Quanto tempo leva para se converter?

Na sexta-feira passada, lemos uma nota de uma jovem aqui, que diz que em menos de um minuto ela recebeu a bênção que, como pecadora culpada, buscava. Sua história poderia ser repetida por muitos. Quanto tempo levou para o malfeitor moribundo se converter? Quanto tempo levou Paulo, o amargurado perseguidor na estrada de Damasco, para ser derrubado ao chão e para o clamor de “Senhor!” ser arrancado de seus lábios? Quanto tempo o carcereiro inimigo do evangelho e de coração endurecido de Filipos, quando acordado pelo terremoto, levou para obter a resposta de sua pergunta: “que é necessário que eu faça para me salvar"?

Sem dúvidas geralmente há muitos exercícios de alma que podem acompanhar a conversão e estes podem se estender por meses ou anos. Mas eu creio que há um momento definido quando os exercícios alcançam seu máximo, quando a alma se sente confiante, de uma vez por todas, no Salvador e em Seu precioso sangue, e é então perdoado e limpo. Não é um processo longo senão que um ato do momento.

Harold P. Barker

segunda-feira, 30 de julho de 2007

2. CONVERSÃO: Podemos nos converter só quando desejarmos?

Deus nunca dá ao pecador a escolha da ocasião; Seu tempo é sempre o presente. “Eis aqui agora o dia da salvação“ e “se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações.” Se um homem deixa o assunto para depois, ele o faz a seu próprio e terrível risco. Pode ser que ele nunca venha a ter outra chance. Não estou dizendo que ele não terá, pois a longanimidade de Deus é grande e Sua graça se estende sobre muitos; mas seria mais seguro brincar com um raio do que ser leviano com Sua misericórdia ou as súplicas de Seu Espírito.

Harold P. Barker

sexta-feira, 27 de julho de 2007

2. CONVERSÃO: Alguém que tenha sido batizado e nunca cometido nenhum pecado grosseiro tem necessidade de se converter?

Não há pecado que não seja grosseiro aos olhos de Deus. Os homens são acostumados a considerar alguns pecados como hediondos e outros como triviais, mas todo pecado é abominável a Deus. O mais leve pecado pode efetivamente cerrar os portões dos céus tanto quanto o faz para alguém que cometa o pecado de homicídio e necessita de remissão pelo sangue de Cristo.

Mas não é só por causa do que fizemos que necessitamos conversão, mas, por causa do que somos. E a esse respeito não há diferença; todos são pecadores, todos devem se declarar culpados e sujeitos a julgamento. As Escrituras declaram decididamente que “não há diferença”. O batizado, o educado, o refinado, o amável ou o religioso tem que se converter se quiser ir ao céu, tanto quando o blasfemo, o bêbado ou o ladrão.

Harold P. Barker

segunda-feira, 25 de junho de 2007

2. CONVERSÃO: Poderia explicar o que significa Conversão?

Vamos às escrituras para responder. Vejamos primeiro em I Coríntios 6. Após descrever vários vícios prevalentes entre os infiéis, o apóstolo diz, no versículo 11: “E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados.” Esta é uma bela definição de conversão. Vamos agora ler em Efésios 2.13 “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.” É assim que o apóstolo explica aos crentes de Éfeso. Agora vamos para I Pedro 2.25: “Porque éreis como ovelhas desgarradas: mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.“ Todas estas passagens mostram claramente o que é conversão, mas não conheço nenhum versículo que apresente mais claramente que este do mesmo capítulo de Pedro: “vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (v. 9).

Estas escrituras deixam claro que conversão é uma mudança vital e radical que afeta a alma – uma transferência das trevas, perigo e distância para a luz, salvação e proximidade a Deus.

Noutra tarde tive a ocasião de ir ao meu quarto para trocar de casaco. Estava escuro, mas, sabendo onde estava pendurado meu outro casaco, a troca foi feita facilmente sem luz. Uma mudança foi feita. Deixei no quarto meu casaco velho e vesti um novo, mas, durante todo o tempo eu permaneci no escuro! Uma coisa similar frequentemente acontece na história dos homens. Tornam-se religiosamente impressionados, rejeitam suas más companhias, seus hábitos pecaminosos são abandonados e esforços são feitos para se viver uma vida melhor. Ao invés de freqüentar bares começam ir a serviços religiosos e se tornam cidadãos sóbrios e respeitáveis. Tudo isto e muito mais é verdadeiro a respeito deles e, apesar de tudo, permanecem nas trevas. Nenhuma luz do céu, revelando um Salvador cheio de amor e poder se aproxima de suas almas. Uma mudança exterior, desejável em todos os aspectos, aconteceu, mas, suas almas não foram trazidas ainda do perigo para a segurança e das trevas para a luz. Não dá para ser suficientemente enfático ao dizer que tal reforma não é conversão. Virar a página não é a mesma coisa que se aproximar de Deus pelo sangue de Cristo.

Algumas pessoas parecem pensar que se tiverem notáveis sonhos ou experiências marcantes e sentimentos religiosos isto os conduzirá à conversão. Mas conversão é uma realidade muito mais profunda que qualquer coisa deste tipo; não é nada menos que passar da morte para a vida (João 5.24).

Harold P. Barker

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Diálogo DOIS: Conversão

Perguntas por C. A. Miller: Respostas por H. P. Barker

Cada morador desta cidade tem o direito de dizer quem pode e quem não pode entrar em sua casa. Assim o direito que temos sobre nós mesmos deve ser dado ao Senhor Jesus Cristo. Em Mateus 23.13 Ele distintamente nos diz que alguns não entrarão no Seu reino. A não ser que o homem se converta é totalmente inútil esperar tal coisa. Lemos: “se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mateus 18.3).

Isto mostra a imensa importância da conversão. Fazemos bem em devotar uma tarde neste assunto. Sem a conversão não pode haver bênção, nenhum gozo duradouro ou céu para ninguém.

Harold P. Barker

quarta-feira, 20 de junho de 2007

1. FÉ: Quando cremos em Cristo, exercitamos a fé uma só vez, ou isto é uma coisa contínua?

Ao crermos no Senhor Jesus Cristo para perdão e salvação, cremos nEle para nos dar o que buscamos de uma vez para sempre. Do julgamento que nossos pecados merecem, do inferno para onde estávamos indo, da ira que pendia sobre nossas cabeças, cremos que Ele nos livra de uma vez para sempre. Ao cremos nEle encontramos que a questão de nosso futuro eterno é divinamente firmada, de uma vez para sempre.

Mas dizer isto não significa que jamais haverá um tempo, através de todo o período de nossa vida terrena, quando a fé não tenha que estar em vivo exercício. Cremos de fato em Cristo de uma vez para sempre, mas nunca cessamos de confiar Nele.

Além disso, há outras coisas além da salvação da alma que requerem um exercício constante de fé. A salvação em si é vista em mais de um aspecto. Além de ser a porção presente do crente, é vista como algo que, em sua totalidade, ainda aguardamos e nos será “revelada nos últimos tempos”. Pois, de acordo com I Pedro 1.5, somos guardados pelo poder de Deus, não como meras máquinas, mas mediante a fé.

Assim, há centenas de coisas, grandes e pequenas, conectadas com nosso caminho aqui, cada uma clamando por um exercício de fé. Pois somos dependentes da bondade de Deus até na menor das misericórdias e em conexão com isto, tanto quanto em referência às coisas mais elevadas a serem gozadas para as quais somos chamados, precisamos do exercício diário da fé em Deus.

Harold P. Barker

Aqui se encerra nosso primeiro diálogo. Que todos possam saber que é para nos agarrarmos firmes a Cristo por fé para salvação e para todas as bênçãos que a graça de Deus reservou nEle para nós.

terça-feira, 19 de junho de 2007

1. FÉ: Mas fé não caminha lado a lado com as obras?

Fé sem obras é morta, mas é a fé que salva, e não fé mais obras. As obras vêem como evidência da realidade da fé e são muito importantes. Suspeito do homem que me diz que crê em Cristo e não é “zeloso de boas obras”.

Se você vê fumaça saindo da chaminé você sabe que há fogo lá dentro. Você não pode ver o fogo, mas a fumaça é uma evidência de que ele existe. Mas é o fogo, não o fogo e a fumaça, que nos aquece. Fé é como fogo e fumaça como obras. Elas caminham lado a lado, mas não para assegurar salvação. Nenhuma obra que fizéssemos poderia acrescentar valor à obra feita por Cristo em nosso favor. Fé repousa sobre Sua obra e se revela em obras que são feitas pelos salvos como gratidão a Ele.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé” lemos na palavra. “Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Mas no próximo versículo nos é dito que somos “criados em Cristo Jesus para as boas obras” (Efésios 2.8-10).

Harold P. Barker

segunda-feira, 18 de junho de 2007

1. FÉ: Há algo como “crer em vão”?

De fato há, e o apóstolo Paulo fala disto na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 15. Mas este é outro modo de expressar o que já falamos, ou seja, a fé em algo sem valor. O apóstolo estava mostrando aos coríntios que a ressurreição de Cristo prova que Ele é digno de nossa total confiança. Se Ele não tivesse ressuscitado teria sido provado que o fardo de nossos pecados era muito grande para Ele carregar. Mas Ele ressuscitou dos mortos, provando assim que Sua obra de redenção está completa. Ele está assentado nos céu como um poderoso Salvador. Ninguém que crê nEle irá crer em vão.

Harold P. Barker

sexta-feira, 15 de junho de 2007

1. FÉ: Suponha que um homem faz o melhor que pode para crer, o que mais pode fazer?

Qualquer um que fala sobre “tentar crer” revela que está totalmente enganado quanto à natureza da fé. Se você viesse para mim e dissesse “Eu moro no número 10 daquela rua” e eu respondesse “Bem, eu vou tentar acreditar em você” como você se sentiria? Acho que se levantaria e num tom de voz de indignação diria “O quê? Tentar acreditar em mim? Você pensa que sou um mentiroso?” Sua indignação seria natural. Pois é deste modo que algumas pessoas falam em “tentar” crer em Cristo! É Ele, então, de confiança dúbia? Não é Cristo a única pessoa em todo o universo que deveríamos achar a mais fácil de se crer?

Não nos ocupemos com a nossa fé. Como tudo sobre nós é desapontador, nenhuma quantidade de tentativa vai melhorar isto. Olhemos direto de nós para Cristo. Não podemos crer em nós próprios, mas, graças a Deus, podemos confiar totalmente nEle.

Harold P. Barker

quinta-feira, 14 de junho de 2007

1. FÉ: Suponha um homem cuja fé é sempre fraca, será ele ainda assim salvo?

Não é preciso dizer que é bom ser igual a Abraão, que era “fortificado na fé, dando glória a Deus” (Romanos 4.20). Tem sido corretamente dito, entretanto, que enquanto a fé forte traz o céu a nós, uma fé fraca (desde que seja fé em Cristo somente) nos leva ao céu.

Certa vez estava viajando de trem na Inglaterra para a cidade de Birmingham. Duas senhoras estavam na mesma cabine. Uma era, evidentemente, mais acostumada a viajar, e, tendo se certificado de que estava no trem certo, sentou-se quieta no seu canto lendo um livro até chegar a Birmingham.

A outra passageira era uma senhora mais idosa, cuja grande preocupação parecia ser se chegaria ao seu destino. Em quase toda estação que parava ela punha a cabeça para fora da janela e perguntava a alguém da companhia se ela tinha apanhado o trem certo. Todas as afirmações deles pareciam ser ineficazes para acalmar sua mente.

Deixe-me perguntar uma coisa. Qual destas duas senhoras você acha que chegou primeiro a Birmingham? Ambas, com certeza, chegaram lá precisamente no mesmo instante. A chegada não dependia da quantidade de fé delas, ou a senhora com dúvidas e temores não seria deixada para traz. A chegada delas dependia do fato que ambas estavam no trem rumo a Birmingham.

Do mesmo modo, duas pessoas podem ter se entregado a Cristo e tomado de seu precioso sangue como a única esperança para suas almas. Uma está cheia de ousadia e calma certeza, a outra é vítima de torturantes dúvidas. Mas não há a menor possibilidade de que uma atingirá o céu primeiro que a outra! Ambas estão certas de chegar lá, porque Aquele em quem elas depositaram sua fé garantiu em Sua palavra que nenhuma de suas ovelhas pereceria.

Harold P. Barker

quarta-feira, 13 de junho de 2007

1. FÉ: Como pode alguém ter uma fé forte?

Se uma pessoa não é digna de muita confiança, quanto melhor se conhece essa pessoa, menos se crê nela; mas se a pessoa é confiável, a confiança de alguém somente aumenta à medida que a conhece melhor. Quanto mais aprendemos do Senhor Jesus, mais profunda nossa familiaridade com ele se torna; quanto mais exploramos as alturas e as profundidades da graça de Deus, mais forte nossa fé Nele se torna. Cada nova lição aprendida sobre Ele aumenta nossa fé.

Harold P. Barker

terça-feira, 12 de junho de 2007

1. FÉ: Como posso saber quando minha fé é do tipo certo ou não?

O grande ponto é este: ela repousa sobre o objeto certo? Se este é o caso, mesmo que seja fraca ou pequena, é a fé certa. Por exemplo, suponha que estou com gripe. Posso ter muita fé em certo medicamento para me curar. Repetidas doses, entretanto, não produz qualquer efeito e chego à conclusão que minha confiança, embora grande que fosse, estava mal aplicada, porque o remédio no qual eu confiava tanto, não tinha nenhuma eficácia. Por outro lado, um remédio de eficácia comprovada me é recomendado. Eu tenho muito pouca fé nele e dificilmente seria persuadido a tomá-lo. Mas, finalmente, começo a tomá-lo e a me sentir beneficiado por ele. Minha fé nele era pequena, mas era o tipo certo de fé, porque o remédio que tomei era eficaz.

Do mesmo modo, alguém pode ter uma forte fé em orações, ou em experiências felizes, ou em sonhos, mas tal fé é fé do tipo errado. A fé de alguém em Cristo pode ser muito pequena, mas se de fato é fé somente nEle, esta é do tipo certo.

Harold P. Barker

segunda-feira, 11 de junho de 2007

1. FÉ: A fé é a única condição de salvação?

Não me agrada muito falar de fé como uma “condição para salvação”. Quando a Rainha Elizabete I estava para perdoar uma pessoa da nobreza que tinha ofendido contra as leis da realeza, desejou colocar algumas condições.

“Sua Majestade”, disse o nobre ofensor, “graça que tem condições não é, de modo algum, graça.”

A Rainha viu a verdade disto, tirou as condições e deixou o nobre sair livremente.

Para falar com a Rainha do modo como falou, deve ter confiado nela. Tinha fé em sua clemência e graça, mas esta não era a condição de seu perdão.

Assim, a graça de Deus é tão livre e incondicional como foi a da Rainha Elizabete. Não tem condições. Se fé é o princípio sobre o qual Deus abençoa, é para que seja de tal modo “que seja por graça” (Romanos 4.16).

Isto é importante, estou certo, para muitas pessoas com respeito à fé como algo que eles têm que trazer para Deus como um preço pela salvação deles, do mesmo modo que teriam que pagar a consulta para o médico. Fé é a simples apropriação do que Deus livremente oferta.

Mas, provavelmente, ao fazer tal pergunta, meu amigo tinha em mente algo que sempre caminha de mãos dadas com a verdadeira fé, e isto se chama arrependimento. Estes dois são como gêmeos. Quando alguém realmente se volta para o Senhor em fé, este sempre se afasta do eu com aversão e isto é o que eu entendo por arrependimento. Eu sou especialmente séptico quanto a assim chamada “fé” de pessoas que nunca estiveram diante de Deus em julgamento próprio sobre seus pecados.

Harold P. Barker

sexta-feira, 8 de junho de 2007

1. FÉ: Em que deveria um homem crer para ser salvo?

Eu antes diria; “Em quem deveria um homem crer para ser salvo”? pois não é um fato, mas uma Pessoa, que é colocada como objeto de fé. Em II Timóteo 1.12 o apóstolo diz: “Eu sei em quem tenho crido”.

Para ser salvo, não nos é pedido que creiamos sobre o Senhor Jesus Cristo, mas que creiamos nEle; isto é, confiar nEle.

Uma senhora veio para um amigo meu depois de uma fervente pregação do evangelho e disse: “Poderia você, por favor, me apontar algum texto da Bíblia no qual eu tenha que crer para ser salva?” O pregador respondeu: “Madame, você pode crer em alguns textos, ou mesmo em todos os textos da Bíblia e ainda assim não ser salva. Crer na Bíblia nunca salvou uma alma sequer.

“Bem”, disse a senhora, “se eu crer que Cristo morreu por pecadores, isto me salvará”?

“Não madame”, foi minha resposta, “pois isto seria apenas crer em um fato. Um fato muito bendito, eu garanto, mas ainda assim apenas um fato; e crer em um fato, por mais verdadeiro que seja nunca salvou uma alma sequer."

“Eu suponho,” disse a senhora, “que você quer dizer que eu preciso fazer disto um assunto mais pessoal e crer que Jesus morreu por mim.

“Madame,” respondeu meu amigo, “é um fato indizivelmente precioso que Jesus morreu por você. Ele morreu pelos ímpios e você é um. Mas este é só um fato e, deixe-me repetir que, crer num fato nunca salvou uma alma.

“Cristo é um Salvador vivo e poderoso para salvar, por meio da obra que consumou. Confie nEle para salvá-la. Ele está chamando, Ele é capaz; se entregue a Ele”.

Não poderia expor tal assunto de um modo mais simples que meu amigo o fez em sua conversa com aquela senhora. Somos convidados a crer em um amável e vivo Salvador na glória.

Harold P. Barker

quinta-feira, 7 de junho de 2007

1. FÉ: Crer que estou salvo me salvará?

Não mais do que um mendigo se tornaria milionário ao crer que é um! Algumas vezes ouvimos alguém dizer: “Tudo o que tem a fazer é crer que está salvo e assim você está salvo”. Do mesmo modo alguém poderia ir ao leito de um homem com febre tifóide e dizer: “Tudo o que tem a fazer é crer que você está bem, e vai se sentir muito melhor”. É inútil para um homem crer que está salvo, até ele realmente estar salvo por meio da fé em Cristo.

Harold P. Barker

quarta-feira, 6 de junho de 2007

1. FÉ: Porque é dito que fé é um “dom de Deus”?

Isto significa, penso eu, que não somente as bênçãos vêm de Deus livremente a nós, mas também que a maneira de se apropriar dessas bênçãos é provisão Dele.

Suponha que um amigo vem para você e diz: depositei uma quantia em dinheiro na sua conta no banco. Aqui está o talão de cheques para você. Quando desejar sacar algum dinheiro, preencha um cheque e o apresente ao caixa e terá o que precisa.

Seu amigo, assim, faz uma garantia dupla para você. Primeiro ele provê uma quantia em dinheiro para você sacar. Depois, ele o capacita a sacar esse dinheiro. Mas seria inútil para você dizer: “Muito bem, tudo o que tenho que fazer agora é cruzar os braços e esperar até o que dinheiro venha a mim”. Você ficaria para sempre sem dinheiro se agisse deste modo.

Você teria que usar de diligência para aproveitar dos meios providos. Teria que preencher e assinar cheques e apresentá-los ao banco para pagamento.

Assim a fé é como o talão de cheques. É um dom de Deus, e é o meio pelo qual você pode livremente aproveitar de todas as bênçãos que Cristo ganhou para pecadores por Sua obra na cruz. O efeito disto deveria ser para exercitar você, e torná-lo diligente em aproveitar as bênçãos oferecidas.

Harold P. Barker

terça-feira, 5 de junho de 2007

1. FÉ: Pode um homem crer espontaneamente?

Quando o Senhor Jesus disse ao homem com a mão mirrada que a estendesse, o homem não perguntou, “Como posso fazer isto?”. Ele poderia ter dito, “Senhor, eu não tenho podido mover este braço há anos. Está paralisado e inútil. Eu não estou apto a levantá-lo.” Mas ele simplesmente fez conforme lhe foi pedido. Aprendemos daí que quando Deus ordena, também dá o poder para obedecer.

É Seu mandamento que creiamos no nome de Seu Filho Jesus Cristo (veja I João 2.23). Se deixado para nós mesmos, não seria de se esperar que desejássemos confiar Nele. Nossos corações são tão depravados e duros naturalmente que não há espaço para Cristo nele. Mas Deus tem Seus meios de produzir o que Ele procura, e não é para que usemos a razão quanto à habilidade ou inabilidade de crer, mas lembrar que somos mandados fazer assim. A melhor coisa é ser simples neste assunto. Podemos crer uns nos outros sem levantar questões sobre o assunto. Não é para ser mais difícil crer no Salvador.

Harold P. Barker

segunda-feira, 4 de junho de 2007

1. FÉ: O que é fé?

Fé é aquilo que as pessoas exercitam de umas cem maneiras a cada dia nas suas vidas. Quando aquela senhora entrou neste barracão a pouco e sentou naquela cadeira, foi um ato de fé. Ela confiou na cadeira e se sentou nela. Quando tirei meu chapéu e pendurei naquele gancho foi também um ato de fé. Eu confiei no gancho e dependi dele para segurar meu chapéu. A fé da qual a Bíblia fala é tão simples quanto isto. Cristo é seu objeto, e ter fé Nele é confiar Nele, ou contar com Ele para aquilo que nossas almas precisam. A mesma coisa é expressa de outras maneiras na Escritura: “Olhar”, “Vir”, “Tomar”, “Receber” – todas elas significando praticamente o mesmo que “Acreditar” ou “Crer”.

Se de coração você pode dizer

Outro refúgio não tenho,
Minha alma
impotente se apóia em Ti,

você é alguém que tem fé Nele.

Harold P. Barker

Diálogo UM: Fé

Perguntas por O. Lambert; Respostas por H. P. Barker.

O assunto que escolhemos para nosso primeiro diálogo é de suma importância, pois fé é o grande princípio sobre o qual Deus confere Suas bênçãos.

Quando a pergunta, “Que devo fazer para ser salvo?” soou dos lábios angustiados de um carcereiro em Filipos, a resposta inspirada não exigiu que ele orasse, ou jejuasse, ou fizesse votos, ou qualquer coisa parecida. Lhe foi dito que cresse no Senhor Jesus Cristo e fosse salvo. Nada que ele pudesse fazer poderia assegurar a sua salvação. O fazer foi todo cumprido por Cristo. Tudo o que é deixado para o pecador é a apropriação dos resultados de Sua poderosa obra por simples fé.

Harold P. Barker

Prefácio

Os “Diálogos Bíblicos” contidos neste site ocorreram durante reuniões de evangelho num amplo barracão armado na cidade de Kingston, Jamaica. Centenas ouviram esses diálogos e muitos foram os testemunhos da ajuda e bênção recebidas.

Eles tinham o objetivo de apresentar, da maneira mais simples possível, para ajudar os convertidos e cristãos jovens, algumas das verdades fundamentais da doutrina. Eles são agora encaminhados com oração e esperança de que Deus possa graciosamente usá-los para confirmação e estabilização das ovelhas do rebanho de Cristo.

Harold P. Barker