quarta-feira, 1 de agosto de 2007

2. CONVERSÃO: Se alguma pessoa convertida cai em pecado, necessita se converter outra vez?

Esta é uma questão levantada, de uma ou outra forma, por milhares de pessoas. Eu me aventuro dizer, entretanto, que a questão não deveria existir se entendêssemos que quando um pecador se converte ele também é justificado de todas as coisas, se torna um filho de Deus e pelo dom do Espírito é feito membro do corpo de Cristo. Se tudo isto precisa ser repetido toda vez que um crente cai em pecado, então tem de ser repetido vinte vezes ao dia em muitos casos! Mas uma passagem da Escritura acabará com tal noção. Lemos, “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente” (Eclesiastes 3.14). Quando uma alma é salva, é Deus que a salva e é “eternamente”. Quando um pecador é justificado pela fé em Cristo, “é Deus quem o justifica” e “durará eternamente”.

Nenhum pai terreno pode desfazer a relação que existe entre ele mesmo e seu filho. Assim é com a relação celestial e eterna formada entre Deus e a alma crente. Se um de Seus filhos cai em pecado, Ele pode castigá-lo e sujeitá-lo a várias formas de disciplina; mas desonrá-lo? Nunca! O tal tem que ser restaurado à comunhão e ao caminho certo, mas ele não pode se converter novamente em filho.

Ao dizer isto não posso me esquecer de Lucas 22.32. Pedro era um homem verdadeiramente convertido desde a memorável cena quando se considerou um homem pecador, ainda agarrado aos pés do Salvador, se não ainda antes. O Senhor, no entanto, diz que tinha orado por ele e antes mesmo de sua queda cuida de sua restauração. “Quanto te converteres,” Ele diz “confirma teus irmãos.” Seria mais bem traduzido “Quando te restaurares”, pois isto se refere não à conversão de um pecador infiel, mas a restauração de um santo que caiu.

Deixe-me dar uma ilustração que emprestei de um amigo. Um homem alista-se como soldado. Depois de um tempo se cansa da vida de soldado e, aproveitando uma oportunidade, ele foge. Agora ele é um desertor e vive em constante medo de ser detido. Depois de um tempo ele resolve voltar ao exército. Seu regimento foi enviado ao front e gostaria de se reunir a ele. Como ele vai conseguir chegar ao seu posto novamente? Ele não pode se realistar como se nunca tivesse vestido o uniforme do exército; não como um recruta, mas como um desertor, deve retornar. Seu curso correto é se apresentar ao seu superior e submeter-se a qualquer penalidade que possa vir a receber.

Assim é com o filho errante de Deus. Ele é um desertor e não pode se alistar como um recruta. Como um errante ele deve retornar, não para buscar absolvição do juiz, mas perdão de um Pai. Lembremos sempre que a graça restauradora de Deus é tão grande quanto Sua graça salvadora. Se um pecador culpado é bem-vindo, assim um filho errante será; mas é como um filho que ele deve voltar, precisando não de conversão, mas restauração, e certamente obterá por intermédio da advocacia de Cristo.

Harold P. Barker

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